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12 de julho de 2025

Transtornos de Humor: Quando as Emoções Precisam de Atenção e Cuidado Clínico

Autor: Psicólogo Valcrezio Revorêdo CRP 17/4661

Sentir-se triste ou eufórico em alguns momentos da vida é algo comum a todos nós. Porém, quando essas oscilações de humor se tornam persistentes, intensas e prejudiciais à vida diária, é sinal de que algo precisa ser investigado com mais profundidade.

Os transtornos de humor, de acordo com o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição – texto revisado), são condições clínicas que afetam profundamente os estados emocionais e cognitivos, prejudicando o funcionamento social, familiar e ocupacional.

Nesta matéria, vamos compreender os principais transtornos de humor, os critérios diagnósticos oficiais, as possíveis causas e, especialmente, a importância da avaliação neuropsicológica como ferramenta essencial no processo diagnóstico.

O que são transtornos de humor?

Os transtornos de humor envolvem alterações patológicas no estado emocional, que se mantêm ao longo do tempo e causam sofrimento clínico significativo. Diferentemente das flutuações normais de humor, esses transtornos não são passageiros e não se explicam apenas pelas circunstâncias externas.

Segundo o DSM-5-TR, eles se dividem em dois grandes grupos:

Transtornos Depressivos

Transtornos Bipolares e Relacionados

Por que é importante entender e diagnosticar corretamente?

Estudos de prevalência indicam que 1 em cada 5 pessoas terá algum transtorno de humor ao longo da vida (Kessler et al., 2005). A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a depressão como a principal causa de incapacidade no mundo.

Além disso, o transtorno bipolar tem um alto risco de suicídio, com taxas estimadas entre 15% e 20%, segundo o National Institute of Mental Health (NIMH, 2023).

Por isso, reconhecer os sinais precoces e realizar uma avaliação clínica e neuropsicológica criteriosa é fundamental.

Transtornos Depressivos (DSM-5-TR)

Transtorno Depressivo Maior

Humor deprimido, perda de interesse, alterações no sono, fadiga, sentimentos de culpa, ideação suicida.

Critérios: 5 ou mais sintomas, durante pelo menos 2 semanas.

Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)

Depressão crônica por 2 anos ou mais, com sintomas mais leves, porém contínuos.

Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor

Irritabilidade severa e explosões de raiva em crianças e adolescentes.

Transtorno Disfórico Pré-Menstrual

Sintomas afetivos e físicos graves na fase pré-menstrual, com impacto significativo na rotina.

Transtornos Bipolares e Relacionados (DSM-5-TR)

Transtorno Bipolar I

Pelo menos um episódio maníaco com ou sem episódios depressivos.

Mania: euforia intensa, impulsividade, agitação, comportamentos de risco.

Transtorno Bipolar II

Pelo menos um episódio de hipomania e um episódio depressivo maior.

Hipomania: semelhante à mania, porém menos intensa e sem prejuízo funcional grave.

Transtorno Ciclotímico

Oscilações crônicas entre sintomas hipomaníacos e depressivos por pelo menos 2 anos, sem preencher critérios completos para nenhum dos dois.

Causas e fatores de risco: uma visão integrativa

Os transtornos de humor resultam da interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais:

Biológicos:

Disfunções em neurotransmissores (serotonina, dopamina, noradrenalina)

Alterações na atividade cerebral em regiões como o córtex pré-frontal e a amígdala

Fatores genéticos: o risco aumenta se houver histórico familiar

Psicológicos:

Padrões de pensamento negativos

Traumas precoces, perdas, abandono

Baixa autoestima, culpa e autocrítica severa…

Sociais:

Estresse crônico

Isolamento social

Ambiente familiar hostil ou negligente…

Contribuições teóricas relevantes

Aaron Beck (TCC): desenvolveu a teoria cognitiva da depressão, explicando como distorções no pensamento alimentam o sofrimento emocional.

Emil Kraepelin: estabeleceu a base nosográfica do transtorno bipolar, diferenciando-o das psicoses.

Sigmund Freud: em Luto e Melancolia, propôs que a melancolia envolve uma perda internalizada do objeto amado.

Carl Jung: via os estados depressivos como oportunidades de reconexão com a totalidade psíquica.

Sinais de alerta: quando procurar ajuda

Tristeza ou euforia persistente;

Perda de interesse por tudo;

Alterações de sono, apetite ou energia;

Irritabilidade, impulsividade ou retraimento social;

Dificuldade de concentração ou tomada de decisões;

Pensamentos recorrentes de morte.

Psicoterapia, psiquiatria e neuropsicologia: uma aliança eficaz

O tratamento dos transtornos de humor deve ser integrado. Inclui:

Psicoterapia: (TCC, psicodinâmica, fenomenológica etc.)

Medicamentos: antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos (quando necessário)

Avaliação e acompanhamento neuropsicológico

Psicoeducação e suporte familiar

Os transtornos de humor são comuns, graves e tratáveis. O diagnóstico precoce, feito de forma criteriosa, incluindo entrevistas clínicas, avaliações psicológicas e neuropsicológicas, pode transformar o prognóstico da pessoa.

A importância da avaliação neuropsicológica no diagnóstico

A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta clínica essencial para compreender o impacto do transtorno de humor nas funções cognitivas e para diferenciar entre quadros clínicos semelhantes, como depressão, TDAH, transtorno de personalidade, ou transtorno bipolar.

O que avalia a neuropsicologia?

Atenção e concentração

Memória (verbal e visual)

Linguagem

Velocidade de processamento

Flexibilidade cognitiva

Inibição de impulsos

Planejamento e tomada de decisão, entre outros.

Por exemplo:

Depressão pode causar lentificação cognitiva, dificuldades de memória e atenção — quadro chamado de depressão pseudodemencial.

Transtorno Bipolar, especialmente em fases maníacas ou mistas, pode afetar o juízo crítico, impulsividade e raciocínio lógico.

Distimia, por sua persistência, pode afetar o desempenho acadêmico ou profissional de forma sutil, mas cumulativa.

Benefícios da avaliação neuropsicológica:

Auxilia no diagnóstico diferencial (por exemplo, entre depressão e início de demência).

Identifica déficits cognitivos associados ao transtorno.

Fornece dados para o planejamento terapêutico.

Monitora a evolução clínica ao longo do tempo.

Se você sente que suas emoções estão fora de controle ou conhece alguém que esteja em sofrimento, buscar ajuda não é sinal de fraqueza — é o primeiro passo para reconstruir o equilíbrio.

“O autoconhecimento não muda o que somos. Ele revela o que precisamos cuidar.”
– Adaptado de Carl Jung

 

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